Uma alternativa à exigência

Quando algo corre mal, podemos ter como primeira reação a autocrítica. Aquilo que estamos a tentar fazer é proteger-nos do sofrimento que a situação nos possa causar. Mas, de forma inconsciente e involuntária, acabamos por causar mais sofrimento.

Nestas situações podemos ser muito rigorosos e demasiado exigentes, connosco próprios. Podem surgir pensamentos de inadequação, de não sermos bons o suficiente, de não sermos merecedores, podemos mesmo, ser até os nossos maiores inimigos.

Esta atitude em relação a nós próprios pode mesmo tornar-se a nossa forma habitual de nos relacionarmos connosco próprios e tornar a nossa vida muito difícil, criando camadas adicionais de stress e ansiedade.

Uma alternativa é lembrar que temos a possibilidade de ter uma atitude diferente perante as dificuldades que enfrentamos. Podemos reconhecer que estas situações, que gostaríamos que fossem diferentes, são mesmo difíceis, e que faz parte da condição humana sentir o que estamos a sentir, nesses momentos.

Com esta atitude para connosco próprios, conseguimos abrir o coração e trazer até nós as sensações de segurança e de apoio que tanto procurávamos e sentíamos serem inacessíveis.

Cultivar o cuidado e a compaixão para connosco, pode levar-nos a grandes mudanças na forma como lidamos com as dificuldades.

A abertura e a flexibilidade que surgem, dão lugar a uma perspetiva mais ampla, e a um nível de compreensão muito mais elevado, que permitem diminuir o esforço, a exigência e a pressão, e encontrar soluções mais harmoniosas e sensatas para as situações mais desafiadoras que vivemos.

Susana Rocha


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